Ser mãe de menino!
Há treze anos eu descobri que estava
grávida e levei um choque muito grande. Num primeiro momento, minha vida
desabou, eu não me sentia preparada para ser mãe e isso tirou totalmente meu
“sossego”. Simplesmente não sabia o que fazer. Talvez o contexto em que me
encontrava não ajudava muito: o relacionamento de anos havia acabado e eu
estava sozinha nessa.
Aí vem a questão: Eu vou ser mãe e solteira.
E agora? Pode até parecer difícil, mas não é uma missão impossível!
A gravidez foi complicada com muito
repouso. Eu não pude saber o sexo antecipadamente porque o feto ficou sentado o
tempo todo e não colaborou. Então como fazer o enxoval?
Tudo bem, quem ligaria para o enxoval
que foi em tons pastel, embora minha intuição dissesse que ia ser menino e eu torcia
MUITO para que fosse. Claro que se viesse uma menina iria amar tanto quanto amo
meu filho, mas eu queria um menino e nada e nem ninguém mudaria essa questão
dentro do meu coração.
Digo isso porque minha barriga era
redonda e aqui no interior, as mulheres dizem que barriga redonda seria menina.
Então, para reforçar, toda vez que alguém dizia “vai ser menina” eu repetia no
meu íntimo “não, será um lindo menino”.
Durante esse período gestacional, em
que ele me judiava com chutes e pontapés de perder o folego, eu também sentia
felicidade por tê-lo ali, minha maior preocupação era saber se eu ia dar conta.
Isso mesmo, dar conta de cuidar, de educar, de passar os valores que aprendi
dos meus pais, de prover as necessidades que uma criança recém-nascida exige e
tudo o mais que implica em ter um filho.
Bom, quando chegou a hora, a
apreensão aliada ao nervosismo tomou conta do meu ser. Não sabia como seria —
mãe de primeira viagem — receava que minha intuição não estivesse certa e uma
zebra acontecesse. Mas quando escutei o choro, uma corrente de emoção perpassou
todo o meu corpo anestesiado. Suspirei aliviada e feliz, apesar de atordoada
pela quantidade de picadas de anestesia que levei, minhas “previsões” estavam
corretas. Ele nasceu saudável com 3,750 kg e mediu 49 cm. Um enorme bebê.
Deixei meus medos de lado, eu
precisava arregaçar as mangas, afinal não poderia mais pensar em mim. As minhas
prioridades foram substituídas pelas prioridades do pequeno rebento e a partir
do momento em que pus os olhos naquele rostinho, o amor tomou conta de mim e eu
sabia que estava perdida para sempre.
Quando o peguei em meus braços foi
algo sensacional. Então veio a amamentação que fiz questão de fazer. Uma
dádiva, porque não se pode explicar em palavras o que se sente quando amamentamos
o filho. Só posso dizer que foi um dos maiores prazeres e também uma alegria
imensa.
Dizem que ser mãe é padecer no
paraíso. É verdade. Nada substitui o amor de mãe. Ele transcende a alma e nos
leva a um estado de graça. Um estado divino ofertado por Deus.
A maternidade é um dom e também uma
responsabilidade. Eu agradeço a Deus por tê-lo colocado em minha vida.
Preencheu um espaço que antes estava vazio e nem havia percebido o que faltava.
Simplesmente inexplicável.
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