Créditos da imagem: Cocoparisienne |
No horizonte, o sol se põe preguiçoso,
aos poucos o véu da noite cai e empurra o dia que vai desabando devagar no
abismo da linha divisória entre o céu e a terra.
As cores tingem o céu de tons
carmesins que dão lugar ao azul escuro e, na imensidão escura da abóbada
celeste, pequeninos pontos já cintilam e meus olhos procuram você entre eles.
A mais bela
de todas as estrelas, que exprime o brilho fulgurante do amor.
Estou de braços abertos para te
receber, meus lábios aguardam o sabor adocicado dos seus beijos e o calor emanado
do seu corpo aquece o meu coração que pulsa de amor por você.
Vem... Por que
você demora?
Deve ser meu amor aumentando e não
suporta sua ausência porque a ansiedade corrói a alma.
A espera... o tempo passa... o tempo
para! Fecho os olhos, sinto a brisa da noite tocando meu rosto e o seu perfume preenche
minhas narinas.
Vem... Não demora e me envolve em
seus braços para me proteger do medo. O medo de cair no abismo da solidão.
Não demora... passo os dias olhando o
azul do infinito a procura do brilho esverdeado dos seus olhos.
Vem... Não
demora!
A aflição agoniza meu ser no silêncio
da noite fria.
O tempo passa, os segundos maliciosos
são cúmplices da saudade. O tempo passa até chegar as horas robustas apertando
o peito.
As estrelas voltam a cintilar no céu
e, mais uma noite, te procuro de braços abertos para recebê-lo. busco o seu
toque, seus olhos para que os meus possam refletir o brilho dos teus...
Talvez algum dia eu possa sentir a
ternura e alcançá-lo na existência infinita do Universo.
O sol já espreita por entre as
nuvens, minhas fieis escudeiras, empurrando a lua para o desfiladeiro do
horizonte oposto.
Não ligue se a lua lhe contar que me
viu vagando pelos campos, ou me viu colher uma flor num jardim, ou de braços
abertos.
Ela ainda não
lhe contou tudo.
Faltou lhe dizer que meus lábios
pronunciavam o teu nome com o coração apertado de saudade onde já não cabe mais
amor. A lua não viu meus olhos que refletiam a tristeza da sua espera.
Talvez você
exista;
Apenas,
talvez.
Em
pensamento!
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