Sou brasileiro e não costumo desistir, mas há momentos que o
cansaço de remar contra a maré fala mais alto.
Estamos numa guerra? Uma guerra não declarada, velada.
Violenta, sangrenta. Um massacre em meio ao campo de batalha?
A todo o momento, notícias sobre violência das mais absurdas
e bizarras aparecem e nos chocam cada vez mais com a frieza e fealdade das
pessoas. Exemplos: pai espanca o filho de 8 anos até a morte; pai, madrasta e
amiga mata o filho de 11 anos; mãe e padrasto envenenam filho de 4 com diabete.
Violência escolar: aluna é agredida pelos colegas por ser bonita. Mulheres são
violentadas sexualmente no metrô por usarem roupas curtas. Vídeos gravados por
imbecis retratando a violência contra animais. Cenas de corrupção que já nem
nos chocam mais. Sem falar nas drogas que roubam a infância ou adolescência dos
nossos jovens, o futuro desse país!
A pergunta que não quer calar, onde vamos parar? Ou melhor,
aonde o ser humano chegou? Como ficará o futuro da pátria amada chamada Brasil?
Essa onda de violência e de confusão da palavra liberdade
com licenciosidade gera uma questão óbvia, a impunidade.
Tudo bem. Alguns podem dizer que a culpa é do governo que
apenas gera renda com as infinitas bolsas misérias e utiliza-se da antiga política
romana do pão e circo. Na verdade, sinto-me enganada, porque se roubou dos
cidadãos o direito. O direito de vivermos numa sociedade livre, justa,
fraterna, solidária e sem preconceitos, como está apregoado na nossa Carta
Magna. Lei essa que devia reger esse país e torná-lo melhor.
Mas a culpa é de quem? Apenas do social enquanto governo?
Não. Uma parcela de culpa é nossa.
Sim. O leitor pode até discordar num primeiro momento, mas
espere um instante. O que acontece hoje é que, por conta das redes sociais, as
pessoas estão cada vez mais individualistas e se esqueceram do amor. Vivemos
conectados e ao mesmo tempo alheios ao que acontece no arredor. Você já deu um
BOM DIA ao seu vizinho hoje? Sorriu para alguém que encontrou na sua caminhada,
ou estava preocupado olhando o facebook no celular? Ajudou o idoso (a)
atravessar uma rua movimentada? Não. Que pena. Você se sentiria tão melhor se
tive alguém com quem se preocupar. E se sim. Que bom, imagino que você esteja
mais feliz com você mesmo.
Então, se cada um fizesse a sua parte poderíamos viver numa
sociedade melhor? Logicamente que sim. Há algum tempo, ouvi uma fábula que
dizia mais ou menos assim: uma floresta pegou fogo e todos os animais correram
no sentido contrário ao fogo, na luta pela sua sobrevivência (o individual) e
apenas um passarinho voava até o rio próximo e com o seu bico pegava uma
gotinha de água, ia até o fogo e a soltava. Cansado, parou por um instante no
galho de uma árvore e um elefante que fugia para longe lhe perguntou: — Porque
fazes isso, é inútil. O fogo acabará com tudo. Então o pássaro lhe respondeu: — se cada um fizesse a
sua parte, unidos podemos fazer muito!
Podemos dizer sim que a culpa é nossa, pois é a ausência de
amor em nossas vidas! Não iremos mudar o mundo ou o planeta, mas atitudes mudam
apenas a nós mesmo. Mas, com a força do
nosso amor, o desejo e a vontade de mudar, podemos sim mudar o nosso e o destino
de outras pessoas, parafraseando Paulo Coelho.
Tudo pela corrente do bem! Embarque nessa onda!
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